A Garota das Cicatrizes
de Fogo, segunda obra do autor Ricardo Regazzo, foi a minha escolha para o mês
de março do Desafio Literário Skoob 2014 sob o tema: Suspense (englobando
mistério/assassinato/policial). Além desses três subtemas, aparece uma boa pitada
de sobrenatural que me agrada bastante.
.A Garota das Cicatrizes
de Fogo conta a história de dois personagens paralelamente: Johnny Falco e Lisa
Gomez.
Jhonny, um homem comum, um dia está
voltando de casa, com uma notícia não muito animadora para dar a sua esposa:
ele perdera o emprego. Entretanto, ao chegar em casa, ele se depara com algo
muito estranho: sua esposa, morta, seu corpo não passa de um esqueleto com
pele. Sua filha, Diana, também some nesse dia.
Lisa, por sua vez, em um dia de
feriado, está se preparando para brincar no jardim de casa e quebrar o recorde
de sua amiga Debby de pular corda. Entretanto, um carro azul metálico para em
frente a seu jardim e chama sua atenção. Ela atenciosamente vai saber se a
pessoa dentro do carro precisa de alguma ajude e algo acontece: ela sofre um
atentado.
A história começa quatro anos após a
morte da esposa de Jhonny. Ele descobre em uma pequena cidade chamada
Valparaíso outras duas mortes com a mesma características misteriosas da morte
da sua esposa. E ele resolve investigá-las para ver se consegue descobrir o que
aconteceu e tentar achar uma pista de onde possa estar sua filha.
Já pela parte de Lisa a história começa
seis anos depois de ter 80% do seu corpo queimado. Ela acorda no hospital um
dia, com uma diferença. Todas as cicatrizes do seu corpo sumiram.
O livro é contado sob as duas
perpectivas. A história de Jhonnny nos é contado por ele em primeira pessoa, e
a de Lisa em terceira pessoa. Os capítulos, são intercalados, um conta a
história de Jhonny e o outro de Lisa. Entretanto, após eles se encontrarem,
cada capítulo contém a narrativa dos dois. Isso foi uma coisa que eu achei que
funcionou bem, as duas histórias estão bem desenvolvidas e devido a alguns
acontecimentos na história de Lisa, a terceira pessoa caiu como uma luva para
contar a história dela.
É díficil resenhar esse livro sem
soltar nenhum spoiler, pois ele é cheio de mistérios. O que aconteceu com a
esposa de Jhonny? Por que essas pessoas morrem desse jeito? Qual é a relação
entre elas? Será que a situação de Lisa tem alguma coisa a ver com as mortes?
Foram apenas algumas das perguntas que eu me fiz.
A história é bem consistente e bastante
ágil, me prendeu do ínicio ao final, e não dava vontade de largar o livro até
saber tudo o que aconteceu. Os personagens são bem desenvolvidos. Jhonnny que
teve sua vida destruida após os acontecimentos daquele fatídico dia e agora
passa seus dias enfretando seres sobrenaturais para tentar achar alguma pista
do que aconteceu, sempre acompanhado do seu possante Landau 78. E Lisa, a
menina que teve sua infância e adolescência completamente destruídas e de
repente se vê livre das cicatrizes, e quer viver uma vida normal. Entretanto,
as cicatrizes da alma são as que mais doem. Outros personagens também são bem
queridos.
O suspense me agradou bastante e sua
finalização, embora não como eu esperava, também agradou e me pegou totalmente
de surpresa. Algumas coisas que aconteceram, eu jamais iria sequer imaginar. O
livro tem algumas partes bem tensas e até sangrentas, mas nada muito dramático.
A diagramação do livro está linda. As
páginas iniciais dos capítulos são pretas, com títulos em cinza e a letras
brancas, que dão um toque a mais ao mistério. E em algumas páginas também
encontra-se algumas imagens.
Essa foi uma história que me prendeu
completamente, diferente de alguns suspenses, não tem aquela autoridade oficial
do detetive e ele que vai conduzir as investigações. Jhonny é sim um detetive,
mas porque as circunstâncias assim o fizeram. Gosto desse envolvimento do
personagem com a investigação.
Portanto, esse é um livro super
recomendado, de um autor nacional, e isso acaba com aquela ladainha que muita
gente faz, que livros nacionais não são bons. Estou começando a ler mais livros
nacionais recentemente, e posso dizer que muitos superam alguns dos renomados
autores.
"O lado B não é um lugar para comédias stand-up e happy hours. Aqui o arco-íris tinha somente duas cores: negro e cinza. O amor sempre vinha coberto pelo recheio do infortúnio e calamidade era a palavra de ordem. Um mundo invisível para a maioria que dormia acordada sob a regência da abençoada ignorância." (pág. 16)
Achei bem interessante. Ótima resenha. Parabéns.
ResponderExcluirObrigada :)
ExcluirFoi um livro muito bom de ler!!